O Nome-do-Pai é uma metáfora que representa a função paterna na lei simbólica, ou seja, é a figura que detém o poder de interditar certos desejos e impor limites à satisfação pulsional. Essa interdição é fundamental para a construção da subjetividade humana, pois é através dela que o indivíduo se vê confrontado com a necessidade de buscar formas socialmente aceitáveis de satisfazer seus desejos.
O Nome-do-Pai, é a representação simbólica de regenciamento e ordenação que são fundamentais para a vida em sociedade. Para Jacques Lacan, o conceito do Nome-do-Pai está intimamente ligado ao simbolismo fálico. O falo, nesse contexto, não é uma realidade biológica, mas sim um significante que representa o poder e a autoridade do pai na estruturação do desejo humano.
O pai tem a função de universalizar uma lei caprichosa, essa é personalizada na atualização pessoal daquele que está representando ou interpretando tal papel. Lacan enfatiza que essa autoridade do pai é arbitrária e caprichosa, e que a figura do pai é, em última instância, uma construção simbólica criada pela cultura e pela linguagem, ou seja, uma autoridade distributiva de seu imago passa a ser convencionalmente compartilhado entre as subjetividades envolvidas. Em outras palavras, a função do pai é "universalizar" uma lei que é, na verdade, uma convenção cultural e linguística de um contexto emergente.
Lacan acredita que a atualização pessoal do pai, ou seja, a maneira como cada indivíduo interpreta e internaliza a figura paterna, é crucial para o desenvolvimento da subjetividade e da identidade pessoal, em particular no que tange à internalização do falo simbólico, aquele que representa a presença do pai na estruturação do desejo e na atribuição de valor aos objetos de desejo. É através dessa representação que a criança internaliza a lei simbólica e se torna capaz de se relacionar com o mundo de forma significativa. Ele argumenta que a forma como o pai é internalizado influencia a maneira como o indivíduo se relaciona com a autoridade, a lei e a ordem e estrutura significados sobre o desejo que está sentindo e formula adesão ou expurgação deste em sua vida adulta.
Nesse sentido, o falo simbólico representa a presença do pai na estruturação do desejo e na atribuição de valor aos objetos de desejo. É através dessa representação que a criança internaliza a lei simbólica e se torna capaz de se relacionar com o mundo de forma significativa.
A pulsão epistemofílica, portanto, está relacionada à compreensão dessas leis e regras, o que faz com que ela tenha uma relação intrínseca com o Nome-do-Pai na teoria lacaniana.
Dessa forma, pode-se dizer que o Nome-do-Pai e o falo simbólico são elementos fundamentais na construção da subjetividade humana, pois são responsáveis por impor limites e conferir significado aos desejos e ao conhecimento adquirido. A pulsão epistemofílica, por sua vez, é uma expressão da busca pelo saber que se dá dentro desses limites e significados simbólicos. Ela pode ser entendida como uma forma de busca pelo saber que, em última instância, visa à satisfação pulsional. Para Lacan, essa pulsão está intimamente relacionada ao falo simbólico, pois é através dele que o indivíduo atribui valor e significado às informações que adquire sobre o mundo.
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